domingo, 9 de setembro de 2018

Sistema Rotativo de Vagas e a Poluição do ar...


Enquanto você não estaciona e desliga, você Polui.

Em Muriaé-MG, o Sistema Rotativo controlado de estacionamento, o popular área Azul, vai entrar em funcionamento (previsto para outubro/2018).

Por hora, as discussões mais acaloradas ficam por conta do "Onde vou por meu carro" e outros elogiam porque sabem que será mais fácil encontrar vagas para estacionar.
Essa postagem vem tratar de um tema que foge às discussões - A POLUIÇÃO DO AR, provocada pelos veículos a procurar vagas.

São infinitas voltas em Praças e quarteirões, causando engarrafamento do trânsito. Isso traz também problemas respiratórios, stress e desgaste dos veículos.
Por mais que a cidade se desenvolva em torno dos veículos automotores, o crescimento da frota é cada vez mais assustador - hoje já são 54 mil veículos, com uma população de 108 mil. Crescemos "carropatas", já que muitos o ostentam como jóia, como status quo.

Mas vamos ao tema. Hoje pedalo pelas ruas da cidade e cada dia acho mais difícil continuar devido a excessiva poluição do ar (ao menos que passe a usar protetor respiratório).

Vejam o quanto os veículos poluem. Agora imaginemos isso dentro das nossas cidades, passando por nós o dia inteiro e, pior, andando em baixa rotação procurando vagas, imagine!


Os números não mentem, nós é que os desprezamos ou sequer sabemos deles.


Respiramos toneladas dia-a-dia, silenciosamente e, aos poucos vamos sofrendo doenças respiratórias como se isso fossem comuns a nós. Muitas vezes culpamos o inverno, o tempo chuvoso e frio...


Nossa  frota é movida, essencialmente, a combustíveis fosseis, ainda que sejamos líder no álcool combustível.

Emissões de gases do efeito estufa devem subir 80% no mundo até 2050

Crescimento poderia ser freado caso 20% do total investido no transporte individual fosse usado para expandir sistema público - por GUSTAVO RIBEIRO


Rio - Mais de 100 trilhões de dólares em capital público e privado e 1,7 bilhão de toneladas anuais de dióxido de carbono na atmosfera. Tudo isso poderia ser poupado, até 2050, se 20% do total investido no transporte individual fosse usado para expandir o sistema público, a pé e de bicicleta no mundo, apontou estudo do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). Entretanto, sem essa expansão do transporte público, a emissão de gases poluentes deve aumentar em mais de 80% até o mesmo ano, em comparação com 2009, principalmente devido ao aumento desordenado de automóveis nas cidades.
Para Clarisse Linke, diretora executiva do ITDP Brasil, três frentes de atuação do poder público são primordiais para abater a emissão de gases poluentes. Um deles é um planejamento urbano que reduza as necessidades de deslocamento das pessoas, priorizando o uso misto do solo em bairros com empregos, moradia e serviços próximos uns dos outros. A segunda medida importante, segundo ela, é o estímulo a modos mais eficientes e limpos de deslocamento, como o transporte coletivo, a pé e por bicicleta. (imagem "os vilões da poluição" publicada em julho/2011, Veja São Paulo).







Então, se os argumentos para estabelecer o Rotativo na cidade forem apenas baseados no uso democrático do espaço público, na mobilidade urbana, na arrecadação municipal e na falta de vagas para estacionar, lembrem-se, enquanto os veículos circulam, eles tolhem nossas vidas - uma expectativa cada vez menor para cada um de nós.

Precisamos repensar a cidade para as pessoas, para os modais ativos (a pé e de bicicleta) e priorizar o transporte coletivo urbano sustentável.

Que venha o sistema rotativo controlado de estacionamento nas vias urbanas - Área Azul!